Um ano se iniciou e com ele costumam chegar também as resoluções de ano novo. Dentre as mais comumente vistas, está a perda de peso. Se você é uma dessas pessoas que jurou que iria perder peso nesses lindos 12 meses que estão aí na frente, talvez devesse parar e pensar em cuidar da cabeça primeiro.
“Mas peraí, Vanessa, o que exatamente você quer dizer com isso?” Quero dizer que antes de mudar seus hábitos alimentares, ou enquanto faz isso também, mude primeiro seus hábitos de vida e padrões de pensamento.
A vida é corrida, a gente sabe. É trabalho, casa, família, somos os reis e rainhas da multitarefa e assim segue a vida. Só que nesse pique do dia a dia, muita gente perde a conexão com o momento presente, não observa as coisas ao redor, seu próprio corpo, suas atitudes diárias. Tenho o hábito de perguntar se as pessoas dormem bem, se acordam bem e, pra falar a verdade, muitos param e pensam pra poder responder. Muitos não sabem responder.
Dormir é necessário, não é um luxo. Meditar é terapêutico, não é uma bobagem de hippies e desocupados. Está provado. Cientificamente. Procure artigos sobre privação de sono e estresse/ganho de peso, artigos sobre meditação e saúde. Nessas pesquisas você irá achar redução de ansiedade (o mal do século), redução de depressão (uma doença séria que atinge cada vez mais pessoas no mundo), melhora da pressão arterial, do controle de peso e até da função intestinal, pra citar alguns.
Nosso corpo é completamente interligado. Ou seja, se uma parte não vai bem, mais cedo ou mais tarde as outras também irão entrar em colapso. Isso quer dizer que comer peixe rico em ômega-3 e salada orgânica não vão fazer milagre se você dorme 4 horas por noite, e mal. Comer frutas vermelhas para ingerir seus maravilhosos antioxidantes não terá o efeito que poderia ter se você vive estressado, de mau humor e reclamando de tudo e todos. “Ah, Vanessa, mas falar é fácil. Quero ver viver com meus problemas!”. Olha, problema todo mundo tem. Faz parte da vida. Decepção também. O que diferencia uma pessoa da outra é a forma como cada uma lida com os percalços que aparecem no caminho delas.
Quando maximizamos os problemas e as tristezas, adoecemos a mente e, consequentemente, o corpo. Pensar positivo ou negativo, assim como todo bom ou mau hábito, é um ciclo vicioso. Quanto mais você faz, mais você tem vontade de fazer. E quando eu falo “pensar positivo” não é pensar por 30 segundos que a vida tá uma bosta, mas tudo vai passar e ficar bem, e ficar sentado(a) esperando que as mudanças caiam do céu. É mudar sua forma de encarar as coisas e suas ações. É ficar triste/estressado por alguma coisa e pensar em que ações você pode ter para melhorar aquilo. Um exemplo de atitude ruim que costumo dar é daquela pessoa que diz que quer emagrecer, mas no fundo, no fundo, não quer mudar nenhum hábito. Sabe aquela pessoa que vive de roupa de ginástica, mas nunca suou fazendo um exercício? Pois é. É a pessoa que acha que apenas querer basta. Querer é ótimo, sua intenção fica voltada para aquele objetivo. Mas querer e não mudar, não fazer, é apenas mais uma ideia que não vai sair do papel.
Organize-se. Tire um tempo pra cuidar da sua alimentação, observe seu corpo, suas reações frente a acontecimentos diversos. Um tempo para meditar sim. Demora, eu mesma tenho muita dificuldade. Mas comece devagar. Um minuto, dois, cinco, dez e por aí vai.
Parar pelo menos algumas vezes na semana (não tô nem falando todo dia, hein) para avaliar suas atitudes, pensar em soluções que não sejam apenas reclamar aos ventos e agradecer o que já se tem é um exercício de paciência, porém maravilhoso.
Não tenha medo de tentar, muito menos de errar, e muito menos ainda de pedir ajuda/questionar . Tá muito difícil de fazer as coisas sozinho(a)? Procure alguém. Um amigo, alguém da família, um profissional. Nenhuma mudança é fácil. As da mente são mais difíceis ainda. Mas te garanto que irão valer a pena! Sua saúde agradece.