Por que é tão difícil mudar um hábito? E o que fazer para contornar isso.

Se você já passou pela experiência de tentar mudar um hábito, sabe que pode ser bem desafiador.

Isso acontece porque seu cérebro não deseja que você mude. Agora você deve estar com aquela cara de “como é que é?!”. Mas, calma, eu vou explicar.

Primeiro, o que é um hábito?

De maneira simples, hábito é um comportamento que você repete regularmente, muitas vezes automaticamente, e que pode ser difícil de mudar.

 

Como um hábito se forma?

Para formar um hábito, podemos pensar em 3 fases: uma deixa/gatilho, a rotina em si, e a recompensa. Aquela famosa “dose de dopamina”.

Nosso cérebro tende a observar esses padrões, e querer mais daquilo que nos traz a sensação de recompensa ou prazer.

Nota: Nem sempre essa recompensa é boa para a nossa vida a longo prazo, mas ela pode trazer uma sensação momentânea de prazer mesmo assim. Exemplo: rolar o feed das redes sociais.

Esse é um hábito que muita gente tem hoje. Automaticamente pega o celular (às vezes sem nem levantar da cama, quando acorda), abre o app e perde um bom tempo olhando vídeos e fotos. Olhar esse conteúdo gera uma recompensa, mesmo que dure segundos, e, por isso, você faz sem perceber.

No entanto, esse hábito, na maioria das vezes, gera procrastinação, e a pessoa se torna aquela que não consegue fazer mais nada, pois não tem tempo, nem foco e atenção pra isso (que foi sugada pelas redes).

Vou dar um exemplo, usando as redes sociais.

Vamos supor que você esteja estudando ou trabalhando, daí sente que precisa de um tempo para descansar a mente. Então, pega o celular, entra no app e começa a rolar o feed. Você tem uma sensação de relaxamento do estudo/trabalho, uma recompensa. E começa a fazer isso sempre que sente-se cansado e/ou entediado. Mesmo sem perceber.

Voltando: quando o comportamento se ”enraíza” nas redes neurais, o hábito se torna quase inconsciente. E aí é que o bicho pega!

 

Por que é tão difícil mudar um hábito?

Nosso cérebro gosta de algumas coisas como segurança e conforto, além de que também gosta de economizar energia.

Quando já fazemos algo automaticamente, não há o que decidir, não há insegurança sobre algo novo, “não dá trabalho”, basicamente.

Ao tentar fazer algo novo, é como se nosso cérebro lutasse contra isso. Mesmo que seja benéfico.

Vamos a alguns exemplos:

– Acordar mais cedo: você costuma levantar às 8, mas agora quer levantar às 6, para organizar melhor o seu dia. Então você combina com si mesmo de acordar às 6 amanhã e, quando isso acontece, se sente um caco.

Seu cérebro fica como:

– Fazer exercício: você está sedentário há 3 anos, e decide que está mais do que na hora de cuidar da saúde. Correr parece maneiro, e “não precisa de muita coisa”. Então, sai para correr por meia hora.

Seu coração fica como:

E seu cérebro:

Acho que deu para entender, né?

 

Então, como contornar isso?

Gra-du-al-men-te.

Quer levantar mais cedo? Levante às 7:45/7:50, e acostume-se com isso. Vá reduzindo sempre que estiver adaptado, até chegar no horário desejado.

Quer fazer mais exercício? Comece andando um pouco mais rápido, depois alterne caminhada com corrida, e vá aumentando o tempo/distância aos poucos. Se for na academia, o pensamento é o mesmo. Progressão gradual. Não é para ficar 1 hora, pegando cargas altas e entrar em coma por 3 dias depois. Como que você quer que seu cérebro não te convença a desistir assim?

Pense em 3 coisas chave: tem que ser fácil, vá devagar e seja consistente.

Aqui entra novamente a ideia de progressão. Se você é sedentário, é mais fácil correr 5km ou andar 15 minutos?

Você não vai mudar seu hábito em 21 dias, desculpe trazer essa dose de realidade. Como diz o ditado, de grão em grão a galinha enche o papo.

O hábito que você está querendo mudar não se formou da noite para o dia. O novo também não vai. Respira, carái.

Outra maneira boa de mudar hábitos, é observando o gatilho do comportamento e colocando uma nova ação no lugar que, claro, gere a recompensa desejada.

Vamos voltar no exemplo do estudo/trabalho e redes sociais?

Então você está lá, naquele momento em que precisa de uma pausa. Momento esse onde, automaticamente procuraria o celular e começaria a rolar feed, para se distrair da carga mental.

O que você pode fazer ao invés disso? Escutar uma música que te anime, levantar e se espreguiçar, sair para dar uma volta no quarteirão, descer com o cachorro, fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes…verdade seja dita, as opções são inúmeras.

É fácil? Claro que não. Como disse, seu comportamento atual é automático, e seu cérebro prefere o conforto e a segurança do conhecido. Porém, ao tomar consciência do que, e principalmente do porquê, deseja mudar, você se retira do modo piloto automático e se coloca em modo piloto “de verdade”.

Um momento de atenção para o por quê. O motivo da mudança.

Ter clareza de onde você quer chegar, que tipo de resultado almeja, ou seja, qual será a sua recompensa a longo prazo, é primordial para te manter no caminho de um novo hábito.

Fazer por fazer, porque todo mundo está fazendo, ou apenas com um objetivo de curto prazo (ex: emagrecer para entrar na roupa x mês que vem, e não pensando também na saúde, vitalidade, longevidade), faz com que a desistência seja muito mais tentadora.

Com consciência, clareza e plano de ação, é mais do que possível de se criar uma nova rotina, com hábito mais saudáveis e alinhados com o que você deseja daqui pra frente.

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