Qual é a MELHOR dieta?

Foto de fundo: gymflow100.com
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Quero começar dizendo que já expliquei que não gosto da palavra dieta, né? Mas ela tá aí, ela é vedete, ela é aceita e de fácil compreensão. Pois vamos ao texto, então. (eu juro que não tentei fazer essa rima maravilhosa).

Daí que você está lá na sua vida, no seu cotidiano, se olhou no espelho, não curtiu alguma coisa, a barriguinha incomodou, e então resolve fazer uma dieta. Sente uma onda de adrenalina. Está motivado, focado! Pois bem, como todo ser humano provido de internet e google, você vai então procurar na rede qual a dieta que vai te levar ao efeito desejado. Começa a ler tudo quanto é site, dica, notícia, fofoca e reza. Descobre que gordura faz mal, então gordura não dá, melhor diminuir a gordura. Daí em outra página vê que na verdade carboidrato faz mal, então melhor mesmo é deixar o carboidrato de lado. Lê sobre a dieta vegetariana, acha uma boa alternativa, os vegetarianos parecem sempre tão saudáveis! Mas repara que essa dieta tem uma quantidade razoável de carboidratos. Mas carboidrato não era ruim? Tem também a dieta paleo, mas na paleo não pode comer leguminosa e você ama feijão! Será que você consegue ficar sem comer feijão o resto de sua vida? Para todo o sempre?

Você leu sobre o veganismo, a dieta hiperproteica, a macrobiótica, a detox, os suplementos, as pílulas milagrosas, os fitoterápicos e etc. No final da pesquisa você está lá, exausto, confuso e com fome, claro. Não parou de ler sobre comida nas últimas sabe-se lá quantas horas. Mas o que fazer então? Será que não existe nenhuma dieta realmente boa?

Foto: forksoverknives.com
Foto: forksoverknives.com

Existir, existe. Só que ela nunca será universal. Ou seja, não há uma dieta boa. Há inúmeras. Mas elas levam em consideração seus gostos, sua cultura, seu histórico de saúde, seu bolso e tantos outros fatores que fazem com que a dieta seja adequada para você.

Nós somos todos únicos. Cada qual com seus genes, seu gasto energético diário, sua preferência por doce ou salgado e suas prioridades. Então entenda que não há a possibilidade de existir uma “dieta pronta” que seja funcional, eficaz e viável para todo mundo que habita esse planeta imenso. Além disso, perceba que uma pessoa pode seguir a alimentação que for e ser saudável ou não. Ela pode ser vegana e ser saudável ou não. Ela pode ser paleo e ser saudável ou não. Ela pode ser hiperproteica e ser saudável ou não. Não apenas porque você pode fazer boas e más escolhas dentro de cada um desses padrões alimentares, mas porque o conceito de saudável envolve muito mais do que apenas a alimentação. E essa é uma tecla em que irei bater sempre.

O que fazer então? Como escolher a melhor dieta para mim?

Sugiro que você leve em consideração alguns fatores:

Gostos: eu sei que existem muitas pessoas que nunca comeram um alimento e dizem que não gostam. Eu simplesmente não acho isso aceitável. Pra saber se você gosta ou não, você tem que provar o alimento. É óbvio desse jeito. E quando eu digo provar, não é só provar repetidas vezes (já ouviu dizer que devemos oferecer um alimento pelo menos sete vezes ao bebê para dizer que ele realmente não gosta? Então), mas também formas variadas de apresentação. Talvez você realmente odeie abobrinha cozida, mas já provou assada? E o macarrão de abobrinha? Um pesto ou um molho ao sugo pode ficar divino.

Porém, é claro, existem alimentos que você simplesmente não vai gostar e ponto. Eu, por exemplo, odeio fígado. De verdade. Com todo meu coração. Imagine se eu fizesse uma dieta em que eu fosse obrigada a comer fígado? Que tortura seria isso? Por isso uma dieta boa pra você tem que respeitar seus gostos alimentares. Se você já provou batata doce de tudo quanto foi jeito e tem certeza que não gosta, não tem que comer batata doce.

O mesmo pensamento vale para a situação contrária. Imagine nunca mais poder comer um alimento que você ama? “Eu amo banana, mas a dieta que faço não permite o consumo de banana, então não como mais. Quando vou ao mercado, dou um chêro no cacho e deixo lá.” A alimentação tem que ser prazerosa.

Condições adversas de saúde: a alimentação tem que respeitar qualquer doença que você tenha. Isso também significa que ela deve ser adaptável à sua condição e não simplesmente restritiva. O que você pode fazer para continuar comendo com prazer sem sacrificar sua saúde? “Sou hipertenso, não uso sal para cozinhar. De que forma posso utilizar temperos naturais para dar gosto ao que eu preparo?”. Não é simplesmente “tira o sal”, “tira o açúcar”, “tira o glúten”. A doença não pode virar uma eterna limitação do prazer de comer. A possível limitação tem que virar aprendizado.

Objetivos: em alguns momentos da vida, você quer ganhar músculos, em outros, você quer emagrecer, em outros, você quer manter o peso. Sua alimentação tem que ser condizente com seu objetivo atual. Talvez em um ou outro momento você tenha que fazer uma pequena restrição, obviamente. Porém, com planejamento é possível adequar seus gostos/hábitos ao seu objetivo.

Nutrição completa: sua dieta, seja ela qual for, tem que oferecer macro (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (minerais e vitaminas) de forma balanceada. Alguém que resolve virar vegetariano, por exemplo, deve aprender um pouco sobre as fontes proteicas do reino vegetal. Uma pessoa que come muita carne e quase não come frutas e vegetais, pode deixar de lado muitas vitaminas e minerais, além das fibras. Todas as variáveis devem ser avaliadas. Pequenos ajustes podem fazer grande diferença.

Bolso: sua alimentação deve condizer com sua condição financeira. Isso é primordial! A natureza nos dá inúmeros alimentos e os nutrientes existem em uma gama variada deles. Vamos citar um exemplo. Os antioxidantes das frutas vermelhas. São maravilhosos! Cardioprotetores, bons para pele, ajudam a prevenir o câncer e muito mais. E eles estão presentes tanto nas frutas mais caras, como mirtilo e framboesa, por exemplo, quanto nas mais baratas, como açaí e jabuticaba. Ou seja, se onde você mora a jabuticaba é mais barata que o mirtilo, será mesmo que você precisa comprar o mirtilo pra conseguir os benefícios das “berries”? Um adendo: se você gosta muito de mirtilo e quer pagar mais caro, pague e delicie-se. Só quero mostrar que a dieta pode ser saudável com 8 ou 80 reais o quilo. 😉

No “Sobre mim” e no primeiro post do blog, eu falo sobre a minha visão da nutrição e vocês conseguem entender um pouco mais sobre tudo que eu escrevi aqui em cima. Se pensarem em outro aspecto interessante que pudesse estar nessa lista, escrevam aí nos comentários.

Abraços e gratidão!

2 comentário em “Qual é a MELHOR dieta?

  1. Ilana Cardoso

    Maravilhoso artigo! acho uma lição de vida pra muita gente que acha que dieta eh sofrimento eterno! Muitas vezes eu ouço: ” ué, você está de dieta e está comendo isso?”
    As vezes a gente precisa comer algumas coisas guloseimas do coração” ( só as vezes kkkkkkkk).

    Parabéns, nutri!!!!

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  2. Daniele Lyrio

    Muito bom o post! Como sou vegetariana, caminhando pro veganismo, escuto muito a pergunta: “Tá de dieta?”. Não! Simplesmente dei a sorte de gostar de frutas, legumes e verduras! O que coincidiu com a questão ética da coisa… Enfim, concordo que a alimentação tem que ser um prazer e fonte de saúde também!

    Beijo, Vanessa! O blog tá show!

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