Agni. Se você já leu algo sobre Ayurveda, provavelmente já viu essa palavrinha antes.
Então, o que é Agni?

Agni, é o nosso fogo digestivo, e é de extrema importância para nossa saúde. Ele é responsável por digerir tudo aquilo que entra no nosso corpo. Seja pela nossa boca (alimentos), nossos ouvidos (aquilo que escutamos), olhos (aquilo que assistimos ou lemos), pele (aquilo que passamos no corpo) e nariz (aromas). Além das nossas emoções, percepções e sensações que também são digeridas pelo nosso agni.
Sabe quando você diz que não digeriu bem uma conversa? Pois é, é disso que tô falando.

Quando estamos com um bom agni, conseguimos digerir bem tudo que comemos, e esse alimento vai nutrir todos os nossos tecidos e células, trazendo saúde, vitalidade e um sistema imunológico forte. Existe inclusive um ditado ayurvédico que diz “Você não é o que você come. Você é o que você digere”, pra você ver a importância da digestão e, consequentemente, do agni.
Com um bom agni, também digerimos bem nossos pensamentos e emoções, tudo aquilo que estudamos, conversamos, ouvimos…tudo a que fomos expostos.

Quando estamos com agni fraco não conseguimos aproveitar os nutrientes da melhor forma, mesmo comendo alimentos super saudáveis (lembra do ditado ayurvédico que falei acima?), e também não iremos eliminar as toxinas da melhor forma, acumulando ama (biotoxina) que pode gerar desde pequenos desequilíbrios, como gases e constipação, até doenças graves, quando estes desequilíbrios não são tratados.
Da mesma forma, não digerimos bem nossos sentimentos, nos sentimos angustiados, com “um nó na garganta”, apreensivos, tristes, com raiva…e todo o acúmulo de emoções mal digeridas, mais cedo ou mais tarde, também acarretará em doenças físicas.

Dito tudo isso, voltemos à questão da alimentação.

É interessante ressaltar que, nossa digestão deve sempre priorizar algo. É por esse motivo que falamos para não comer vendo noticiário, por exemplo. Ou você digere a comida bem, ou mais uma notícia ruim na televisão. Acaba que um interfere no outro, e você não digere bem nada.
Me diz, quando você come, você presta atenção? Ou come estudando, dirigindo, vendo noticiário cheio de tragédia, discutindo? Se o seu corpo precisa digerir uma notícia, uma discussão, uma nova informação, ao mesmo tempo que precisa digerir o alimento, nenhuma das duas coisas será bem feita. Indigestão, excesso de flatos, dor de cabeça…inúmeras são as coisas que podem resultar disso.
Um organismo com um fogo digestivo fraco, uma microbiota desequilibrada e um estado de alerta constante, não irá conseguir se nutrir propriamente dos alimentos. Mesmo com uma alimentação aparentemente saudável, um “bom alimento” pode se tornar um veneno.

Quando sentimos que nossa digestão não está muito boa, que ficamos com muitos flatos e distensão após as refeições, sentimos o sabor da comida por horas depois de comer, ou nossa fome é completamente irregular, podemos incrementar nossa comida com especiarias digestivas, como cominho, gengibre, e pimenta do reino, por exemplo, podemos usar chás que auxiliam a digestão, como o chá de erva doce, coentro e cominho, que já ensinei aqui, podemos dar um tempo também pro nosso corpo. Como assim? O jejum pode ser interessante em alguns casos, para que o organismo descanse e se reestabilize. Em caso de dúvida, converse com seu nutricionista, médico ou terapeuta ayurveda.

Mas também temos alguns tônicos digestivos dentro da Ayurveda que ajudam muito na nossa digestão. E vou ensinar um ótimo e super simples hoje.
Então, se você sentir que precisa estimular seu agni, faça essa mistura e tome 30 minutos antes das refeições.

Você vai precisar de:
– Gengibre fresco ralado
– Gotas de limão
– Uma pitada de sal
Misture tudo numa colher e tome. Simples assim. Uma colher de chá é suficiente para auxiliar a digestão e evitar a formação de ama, que são biotoxinas, que levam a doenças, quando não eliminadas.

E aí, você sabe dizer como anda seu agni?
Escute seu corpo, observe sua fome e hábitos alimentares, sua rotina digestiva, e seu comportamento durante as refeições.

Namastê